FIM DE TARDE
Uma das coisas que amo desde que
tenho lembranças mais remotas são os finais de tarde...
O tempo cálido, mas com pequenas
ondas de brisa fresca que toca certas partes de seu corpo e vêm à medida que o
sol se põe e a noite se apresenta.
O silencio na casa que te permite
ouvir os barulhos da rua. Carros que passam ao longe, pássaros que voltam para
as arvores recolhendo-se do dia fora. Um vizinho distante ensaiando acordes no
violão. Um cachorro latindo para uma moto.
E você deitado, quieto, ouvindo
meio atento, meio sonolento. Daquele sono gostoso que acontece quando o sol
está indo embora. Como se o calor e a luz dele levassem também a energia do seu
dia.
E fica ali, se esvaindo, ouvindo,
sentindo essa brisa que logo vira vento fresco junto com a noite que começa a
despontar.
Assim que o sol se põe por
completo e a lua passa a reinar no céu, junto com sua corte celestial, a
energia volta ao meu corpo. Como se fosse renovada a cada nascer do Sol e
nascer da Lua.
E assim sigo me movimentando na
vida, seguindo o fluxo dos astros.